Mucane: recebe exposição nesta sexta-feira (27)

Mucane: recebe exposição nesta sexta-feira (27)

No mês em que completa 29 anos de existência, o Museu Capixaba do Negro “Veronica da Pas” (Mucane), um dos mais emblemáticos espaços culturais dedicados à cultura afro no Brasil, estreia, na próxima sexta-feira (27), três novas exposições: “Estandarte Negro”, do artista e pesquisador de memória negra Rômulo Corrêa; “Òrìṣàs”, do artista, grafiteiro e militante do Movimento Negro e do Hip Hop, Sagaz e “Personalidades Negras”, exposição permanente do espaço.

A programação do mês de aniversário do Mucane contou, ainda, com atividades gratuitas de classificação indicativa livre. Entre elas: oficinas, cine debates, atividades educativas e apresentações culturais que aconteceram desde a segunda quinzena de maio.

Orixás

Do artista, grafiteiro e militante do Movimento Negro e do Hip Hop, Sagaz, a exposição “Òrìṣàs” estreia na sexta-feira (27), às 18 horas.

A mostra será composta por obras que são representações dos Orixás (do iorubá “Òrìṣàs”), que são divindades africanas do panteão iorubá, um dos grupos étnicos-linguísticos que foram escravizados no advento da colonização brasileira, sendo, portanto, um tronco cultural do qual os negros afro-brasileiros também descendem.

De acordo com o artista, a homenagem aos Orixás é um modo de honrar a herança cultural africana de negros afrobrasileiros.

Personalidades Negras

Organizada pelo Mucane, “Personalidades Negras”, que também estreia na sexta-feira (27), às 18 horas, reúne fotografias de importantes nomes afros do cenário cultural e do cotidiano da capital e do Espírito Santo. A exposição apresenta ainda registros fotográficos da trajetória da criação do Mucane.

Estandarte negro

Terceira exposição do mês de aniversário do museu, “Estandarte Negro: cenários e patrimônios do Centro Histórico de Vitória”, do artista Rômulo Corrêa, exalta as figuras do Centro da cidade bem como explora a arquitetura de prédios históricos e aborda os caminhos que forjam a riqueza cultural da região.

A mostra, que abre a partir das 17 horas, e permanece no espaço até o dia 28 de agosto, exibe cenários e patrimônios históricos negros do Centro de Vitória retratados em estandartes que abordam memória, espaço e tempo do povo afro capixaba.

Os estandartes negros percorreram a infância e o imaginário onírico do artista e pesquisador, Rômulo Corrêa, que está graduando em Arquitetura, é filho de pais negros e circula pela região do Centro desde a infância.

“Minha observância partiu de um ponto zero que é o monumento da Dona Domingas, ali nasce meu incômodo como pesquisador de arte a partir dos meus estudos em arquitetura, ao ver uma mulher negra retratada pelo artista da forma que lhe convém retratar, de forma submissa e aos pés do poder hegemônico político capixaba masculino e branco. Aquela não é a ancestral Dona Domingas para o povo negro, uma mulher potente e dona de si”, declara o artista.

“Estandarte Negro” possuiu dois momentos, um da confecção e o outro que é a exposição com o objetivo de promover a educação patrimonial e racial. Dentro da educação patrimonial ambiental reforcei a relação da formação de consciência para preservação e proteção ambiental que inclui os moradores das comunidades no entorno do Maciço Central do Centro de Vitória e os não moradores. Ao contarmos e recontarmos as histórias, por meio da transmissão de conhecimentos, é fundamental abordar as narrativas dos griôs e matriarcas das comunidades, mestres e mestras da cultura popular, trabalhadores e pessoas envolvidas neste cotidiano que colaboraram no desenvolvimento social, cultural e econômico da região”, completa Rômulo.

As peças

Entre as peças que serão exibidas na exposição, o “Estandarte Vira Mundo” mostra a relação entre a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Banda de Congo Vira Mundo e o Mestre Renato Santos; o “Estandarte Devoto ao Trabalhador” fala da relação entre o Bairro da Piedade com o monumento ao trabalho que retrata o “Cavouqueiro” na praça Ubaldo Ramalhete; o “Estandarte aos Povos Originários” propõe um diálogo entre o Bairro da Fonte Grande e o Índio Araribóia; o “Estandarte Matriarca Portuária” é uma ode à Dona Domingas e sua energia alastrando-se aos Armazéns do Porto de Vitória e o ” Estandarte à Cordialidade Negra” abordará a relação intrínseca entre a Escola de Samba Unidos da Piedade e o Mucane.

O Museu

O Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane) foi criado no dia 13 de maio de 1993, por meio do decreto nº 3527/1993, do governo estadual de Albuíno Azeredo, um dos primeiros governadores negros do Brasil. No local, acontecem cursos e oficinas de formação cultural, debates, exposições e apresentações voltadas à história e à identidade negra.

 

Serviço:

Exposições simultâneas no Mucane

Quando: de 27 de maio a 28 de agosto de 2022

Onde: Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane) – Av. República, 121, Centro de Vitória (próximo ao Parque Moscoso

Funcionamento: terças às sextas-feiras das 8 às 17 horas e aos sábados de 10 às 14 horas

Entrada franca e Classificação Indicativa Livre.

 

Fonte: PMV