Carnasad resgata os embalos dos antigos carnavais
Ao som das tradicionais marchinhas de carnaval, pessoas idosas e/ou com deficiência atendidas pelo Serviço de Proteção Social Básica em Domicílio (SAD) da Assistência Social de Vitória, tiveram um tempo de recordar e viver o melhor da folia de Momo: a convivência, a inclusão, o amor, a alegria e a construção de novas memórias em família e junto à comunidade.
E nesse compasso estavam Maria Rocha da Silveira, de 84 anos, e sua filha Sandra, o casal Aires Antônio Taufner, 83 anos, e sua esposa Sebastiana Maria Taufner, 77 anos e as irmãs Ângela Correa Bastos, 68 anos, e Regina Correa Gonçalves, 73 anos, ao lado dos educadores sociais, referência técnica, supervisor Sad, Coordenadores dos Centros de Referência da Assistência Social e outros atendidos do SAD.
Quem via a animação de Maria Rocha, expressa nas palavras da filha Sandra, não imaginaria que elas não gostam de carnaval. “Ela veio para socializar, para sair de casa, porque ela (Maria) já frequentou muito o NISPI , mas devido as condições de saúde e redução de sua capacidade de locomoção parou de frequentar”, comentou a filha.
Mulher de poucas palavras, fruto dos momentos de lapsos de memória por conta da doença de Alzheimer, Maria transmitia a alegria com os olhos. “Ela gosta muito dos profissionais do SAD. Quando elas (as educadoras sociais) vão lá em casa, ela fica feliz, sorri, fica mais animada. O atendimento do SAD foi um presente para a família toda. A gente recebeu o convite e veio animado”, comentou Sandra.
Enquanto acompanhava mãe e filha no CarnaSAD, um misto de emoção e alegria era dominante no rosto da educadora social Ana Carolina Valadares e da família Silveira. Segundo a educadora, o motivo foi conseguir promover intervenções junto à família, que deu condições de Maria voltar ao espaço depois de quase quatro anos afastada.
“Antes ela vinha a pé. Agora, cadeirante, é atendida em casa nesse serviço da Assistência Social, o SAD. Foi muita emoção levá-la de volta à convivência na comunidade. É a inclusão real”, comentou a educadora.
A alegria da educadora se assemelhou à da dona de casa Sebastiana Maria Taufner, com o esposo Aires Antônio Taufner. Folião de carteirinha na juventude, a esposa Sebastiana contou que antes da chegada da equipe do Sad na vida deles, achava que o marido jamais viveria esses momentos novamente. “Estar aqui é uma benção. É uma maravilha. Hoje, ele volta para casa e terá um dia mais tranquilo e leve. É uma vitória para ele”, falou Sebastiana.
Tal afirmação merecia uma explicação mais detalhada e foi o que fez Sebastiana. “Ele teve quatro vezes o AVC (Acidente Vascular Cerebral), não gosta mais de sair de casa, ficava na cadeira de rodas. Eles chegaram e, em pouco tempo, as coisas já estão mudando. Gosto deles porque eles elogiam a gente, colocam a gente pra cima. Ele está reagindo muito bem. Nunca imaginei que Vitória oferecia um serviço assim. É um estímulo de vida para os idosos. Faz muito bem”, destacou Sebastiana.
Longe dos eventos de carnaval da cidade também há alguns anos, Regina já chegou dançando no salão do CarnaSAD, mais conhecido como auditório do Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) em São Pedro. “Recordar é viver”, falava a idosa, que estava acompanhando a irmã Ângela que é atendida. “Ela foi convidada e eu como irmã e tutora venho junto. Eu amo carnaval. Já desfilei na Piedade. Minha irmã também sempre gostou. Agora, atendida pelo SAD, está recuperando e vai melhorar mais para ter autonomia”, comentou ela.
O CarnaSAD promoveu um encontro dos atendidos. Esse movimento, na avaliação de Ângela foi muito positivo para a integração e, principalmente, para observar as evoluções de outros usuários do serviço. “É emocionante ver a melhora na qualidade de vida das pessoas. Dá para ver que estão mais felizes”, falou Ângela.
A supervisora do SAD Marília Dal Cól destacou que o evento foi um encontro multifamiliar, de quatro territórios da Assistência Social, com usuários do serviço. “Momento de convivência familiar e comunitária, de reencontros e vivências. Momento de criar novas memórias e de forma coletiva”, comentou Marília.
Para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, o SAD veio reforçar os serviços socioassistenciais na promoção de ações e atividade para o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e acesso a direitos. “Esta promoção social provocada pelo SAD é um objetivo que não pode se perder de vista na Proteção Social Básica. A inclusão comunitária, a convivência e acima disso tudo, a retomada de memórias e histórias que trazem destes usuários na sua potência de vida, isso promove a qualidade de vida que tanto almejamos no âmbito da Assistência Social”.
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