O Espaço Residência MAR inicia suas atividades nos dias 8 e 9 de fevereiro com a ‘Edição Zero do MAR / Conversas Sobre Arte

O Espaço Residência MAR inicia suas atividades nos dias 8 e 9 de fevereiro com a ‘Edição Zero do MAR / Conversas Sobre Arte

Recheado de atrações nacionais e internacionais, a edição ZERO do MAR, não poderia deixar de prestigiar os artistas e produtores culturais capixabas ,importantes no processo do fomento da Cultura no Estado.

A partir de amanhã,08/02,o município da Serra e todo o Estado ganharão um novo espaço voltado à arte e experimentação. O Espaço Residência MAR inicia suas atividades nos dias 8 e 9 de fevereiro com a ‘Edição Zero do MAR / Conversas Sobre Arte’, que contará com a presença de expoentes da Arte Capixaba, Brasileira e mundial para o que promete ser um marco na difusão do fazer artístico e uma perspectiva importante a partir de trocas, vivências e criação. Nessa primeira edição, artistas internacionais marcarão presença, como a Bélgica e Coreia do Sul. O encontro terá como uma de suas características, a diversidade no que diz respeito ao fazer artístico dos participantes. Contará com profissionais que atuam em diversas áreas, como arte sonora, música, escultura, curadoria, audiovisual e desenho. O evento oferecerá palestras, rodas de conversa e uma exposição coletiva, além de uma performance sonora e audiovisual, marcando o início das atividades do espaço.

Recheado de atrações nacionais e internacionais, a edição ZERO do MAR, não poderia deixar de prestigiar os artistas e produtores culturais capixabas ,importantes no processo do fomento da Cultura no Estado.

 

 

Elaine Pinheiro
Essa iniciativa do Paulo vem somar ao contexto artístico no Espírito Santo. Um novo espaço de abre à arte contemporânea e à cultura. Por meio das residências artísticas será possível abordar temas importantes que trarão conscientização e benefícios à comunidade local, como sustentabilidade e preservação ambiental, além da oportunidade de desenvolvimento para os artistas.
Nesse evento de abertura, fui convidada para falar sobre o meu trabalho, de produção cultural no campo das artes visuais. Vou apresentar imagens e contar como foi o processo de produção da instalação Sentinelas, do Paulo Vivacqua, no Parque Cultural Casa do Governador, em Vila Velha.
Estou muito feliz em participar desse encontro, que certamente será de trocas, conversas, em um ambiente descontraído e inspirador para todos.
Manguinhos é um lugar que frequento desde a minha infância, faz parte da minha memória afetiva, por isso essa proposta do Paulo, em colaboração com o Ricardo Sá ( organizador do evento)é especial para mim.

 

 

 

 

 

Juliana Morgado
Preciso dizer antes de tudo que me sinto muito feliz por ter sido convidada para falar nesse momento tão significativo que é o início das atividades do espaço Residência MAR, que tem uma proposta arrojada que coloca no centro do debate a arte, suas linguagens, processos e criação.
Na minha apresentação eu abordarei o processo criativo de alguns trabalhos, mas principalmente o modo como ele se dá entre um conjunto de obras, ou entre uma e outra. No meu caso, me arrisco a dizer que procurarei em minha fala demonstrar tanto o desdobramento de uma obra em outras como situações nas quais esse percurso aparentemente se rompe. Geralmente o processo criativo de um ou um conjunto de trabalhos é um longo caminho e não linear, nele muito do que foi abandonado pode-se tornar um novo trabalho, assim como aquilo que permaneceu pode-se desdobrar ou não. As suposições são infinitas. Essas questões nortearão um pouco do que falarei na minha participação na edição ZERO.

 

Conversamos com o idealizador do Projeto,o artista Paulo Vivacqua.

1-O que é o Espaço Residência MAR?

A ideia veio a partir de tornar uma casa de praia em Manguinhos, onde morei na década de 80, em um espaço temporário de difusão e troca de ideias no campo das artes e do pensamento, cursos, palestras, exposições e performances, arte sonora e audiovisual, literatura. Um lugar de encontro e convivência entre diferentes artistas, onde podem experimentar e falar sobre seus processos de trabalho e invenção, imersos em um ambiente onde se percebe os ritmos da natureza integrado ao balneário de Manguinhos, sua cultura e tradição local.

2-Como funcionará essa integração com a Natureza nas atividades do espaço?

Essa casa tem uma história, ela foi projetada pelo grande arquiteto Zanine Caldas, e tem uma relação muito especial com o entorno, pois foi construída entre as árvores, os abricós que estavam lá. Todos os cômodos dela são atravessados continuamente pelo som do mar, dos pássaros, pela luz do dia, assim como o vento que se intensifica a tarde, quer dizer, não dá para não ser afetado por isso; hoje é uma sensação rara, pois somos atravessados, no ambiente urbano das cidades em geral, por mensagens, sons de aparelhos, buzinas, máquinas e muita informação inútil; permite uma interrupção nesse loop da rotina e abre espaço para a reflexão, a experiência, a convivência e a fruição do tempo.

3- Você é um artista com uma trajetória vitoriosa e certamente passou por dificuldades em sua trajetória para divulgação de seus trabalhos, Espaço MAR ,abre caminhos nesse sentido?

Agradeço o elogio mas acho que estava no lugar certo quando algumas coisas aconteceram, e para estar nesse lugar tive que me arriscar, abrir mão de certa estabilidade e previsibilidade, mas é assim mesmo, existe um momento para isso, na verdade alguns, depende de uma certa impetuosidade de cada um.. e o MAR é uma dessas apostas pois acaba sendo um lugar para trocas e projetar trabalhos, gosto de pensar minha obra em diálogo com o contexto e os participantes do projeto, propor parcerias tanto artísticas quanto educativas, um lugar de fomento de uma comunidade possível, nesse sentido sim acredito que abra caminhos.

4-Fale sobre os convidados do chamado evento Zero.

O evento zero é a aposta inicial, os participantes são tanto artistas quanto produtores no campo da arte, o que serve para mostrar os vários estágios do trabalho dos artistas em seus estúdios, produção e exposição em instituições de arte. A colaboração partiu desse cruzamento de interesses mútuos.

Aline Yasmin, que conheci através do Ricardo Sá, já tem vasto conhecimento em como viabilizar essas iniciativas no campo das residências e exposições, trazendo questões sociais e multiculturais ao relatar sua trajetória e experiência durante os projetos entre Brasil e Europa. Importante contribuição para discussão sobre formatos de residências e ações artísticas para o MAR.

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André Monteiro é diretor da Artes e Ofícios no Rio de Janeiro, onde trabalha no desenvolvimento e produção de vitrines, sinalização, displays e letreiros. Responsável pela materialização de diversas obras de artes nos últimos 25 anos, atua diretamente com diversos artistas renomados viabilizando tecnicamente e produzindo suas ideias. Entre os artistas com quem trabalha estão, Angelo Venosa, Iole de Freitas, Cildo, Waltércio entre outros.

vai falar sobre Trajetória e fundação do Artes e Ofícios, apresentando obras emblemáticas de artistas brasileiros, e seus respectivos processos de produção.

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Elaine Pinheiro, além de amiga de longa data, é uma personalidade agregadora com que tive a alegria de trabalhar na minha Instalação Sentinelas, que está atualmente no Parque Cultural Casa do Governador em Vila Velha. Elaine quem produziu e monitorou o processo de montagem muito atenta e precisa, pois projetos de arte, como instalação, envolve necessariamente um grupo de pessoas e portanto, é resultado dessa sincronicidade das partes.

O que vai abordar: Da ideia à produção. Os bastidores do processo criativo e as etapas de trabalho que envolvem a produção de um projeto de Artes Visuais serão abordados a partir da última edição da obra Sentinelas, instalação sonora do artista Paulo Vivacqua no Parque Cultural Casa do Governador (Vila Velha/ES, 2024). Durante a apresentação será dada ênfase a saberes e áreas distintas que se conectam e interagem na concepção e na execução da proposta.

//atua no campo das artes visuais desde 1998. Possui prática em gestão de instituições culturais, produção e montagem de exposições, curadorias e projetos criativos. Trabalha na sua própria empresa desde 2020 e atualmente cursa a Especialização “Transformação Digital em Gestão Documental” pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.

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Fernanda Sattamini (1976) é uma artista visual, carioca. Sua produção e pesquisa explora processos empíricos, analógicos experimentais, alternativos e manuais. Preza pelo tempo, pela artesania e por uma dose de imprevisibilidade. O que vai abordar: Apresentação geral da produção artística, processos e pesquisas, com foco na produção recente em cerâmica.

Juliana Morgado é mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e graduada em Artes Plásticas pela UFES. Participou de exposições coletivas e individuais nacionais e internacionais. Tem um trabalho instigante, que transita em diferentes materiais e traz sempre um aspecto conceitual mais evidente, paradoxalmente ela vai mostrar nesta edição desenhos, sobre o qual ela vai falar aqui também.

Monjope quem é ele: arquiteto pela UFRJ, atua em vários campos da arte, tanto no mainstream quanto no underground. O que vai abordar: Práticas investigativas na relação entre som e luz na performance. Falas alternadas com exemplos práticos no equipamento de som e luz.

é um amigo e parceiro na banda Debussy Bach Restaurant https://debussybachrestaurant.bandcamp.com/ , que temos há mais de 25 anos.. além de ser uma lenda urbana, Monjope integra e integrou uma miríade de bandas e projetos de música eletrônica no Rio de Janeiro desde a fundação do Hapax, DeMillus & Duloren, Charanga 3D entre tantos.

O que vai abordar: Abordagem geral do percurso da produção artística, com análise de algumas obras escolhidas a partir do critério da divergência – significação e processo criativo.

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Kelvin Kyung Kun Park é um artista de Seul que trabalha principalmente com filmes e vídeos, fotografia e instalação. Seus filmes e instalações premiados foram exibidos em vários locais internacionais, como o Festival Internacional de Cinema de Busan, Berlinale, HotDocs, Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), Bienal de Taipei e Bienal de Sharjah. Park é o vencedor do prêmio Art Spectrum do Leeum Samsung Museum of Art, o prêmio de melhor documentário do Festival de Cinema de Busan e um indicado ao MMCA Korea Artist Prize e BMW Art Journey, além de ter sido selecionado para Chanel x Frieze Now & Next. Suas principais exposições individuais recentes incluem When Tigers Used to Smoke (2022) no OCAT Museum, Xangai, Double Mirror (2020) no Shanghai Museum of Glass, Xangai, China. http://www.kelvinkyungkunpark.com/

O que vai abordar: O inconsciente e suas relações com a tecnologia e a subjetividade dos indivíduos e do coletivo. Processo criativo do artista – art talk com exemplos comentados pelo mesmo.
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Artista palestrante: Patrizia D’Angello Quem é ela: Patrizia D’Angello é artista visual, graduada em Artes Cênicas pela UniRio e em Moda pela Cândido Mendes. Frequentou a EAV em diversos cursos livres, esteve em intercâmbio com a ENSBA-Paris em 2014/2015, foi indicada ao prêmio PIPA de 2012 e 2024. Participou de várias exposições coletivas e realizou 8 exposições individuais. Tem trabalhos nas coleções do MAR (Museu de Arte do Rio, Rio, RJ) no MNBA (Museu Nacional de Belas Artes, Rio, RJ) na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES) e na Fundação Biblioteca Nacional (Rio, RJ)

O que vai abordar: Análise da minha trajetória com ênfase no borramento de fronteiras entre vida e arte e entre a Arte, o cinema, o teatro, a dança, a música, as artes decorativas, os 5 sentidos e a ficção na formação da sua poética.
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Artista palestrante: Paulo Vivacqua Quem é ele: Paulo é um artista que faz uma transição entre dois campos; o da música e das artes plásticas, opera em território híbrido cruzando referências entre as diferentes linguagens, desde interferências na arquitetura e ao ar livre [Sound Field (NY), 2002 e Sentinelas, 2004 (NY), 2008 (Rio), 2024 (Vila Velha)] até na composição de objetos e formas gráficas e de texto no espaço. O que vai abordar: Processo e criação na Arte Sonora, a partir da trajetória dos trabalhos realizados.

Debussy Bach Restaurant é um duo de música eletrônica fundada em 1998, que trabalha de forma artesanal sempre incorporando novas sonoridades, a banda se apresenta como um som ambiente que às vezes se torna instável, existe uma inventividade e humor na abordagem do grupo, assim como a produção de videoclipes e títulos pouco usuais. a vasta discografia da banda pode ser encontrada no site https://debussybachrestaurant.bandcamp.com/

 

5- Haverá exposições de Arte e intervenções nesse espaço?

Sim a ideia é essa, nesse primeiro evento vamos fazer uma ação expositiva com trabalhos e apresentação dos artistas do Evento Zero, onde cada um apresenta uma amostra daquilo que te representa, que se relaciona com a sua fala durante o dia.

O espaço por si é inspirador no sentido que se apresenta como uma alternativa aos espaços normalmente dedicados a arte, que são mais reservados e ascéticos, aqui o jardim, o quintal, as árvores, a horta, a própria casa instiga essa ocupação mais orgânica do espaço, o que é desafiador por sua vez, pois coloca a arte dentro de uma paisagem ao contrário do cubo branco das salas de exposição.

6-Qual será a dinâmica de funcionamento do espaço a partir do evento inicial?

O evento inicial vai possibilitar os seguintes que vão ser pensados dentro de um formato mais de duração mais longa, onde os participantes vão poder vivenciar Manguinhos e ter tempo para, senão produzir algum trabalho, para viver e relatar sobre o processo da obra e trocar com as pessoas daqui.

7- Nesse momento só serão disponibilizadas 20 vagas por dia, existe previsão de ampliar?

Estamos começando com limite de vagas para ver como vai rolar e gerar um interesse mais concentrado e maior proximidade entre os participantes e convidados, também ter o cuidado para não parecer um evento de entretenimento apenas, pois acredito que para construir uma relação consistente, é preciso uma disposição e compromisso mútuo entre quem faz e quem cultiva essa atividade muito singular que é a arte, e isso vai na direção oposta à cultura de massa. mas ideia é ampliar sim.

8- O MAR veio para ficar?

O MAR é um experimento como espaço de arte, uma plataforma de encontro e troca, acho que tem tudo para dar certo já que existe o desejo de várias pessoas que podem convergir, sem elas seria impossível.

9-Você tem parceiros que te ajudaram a viabilizar essa ideia?

Sim certamente, sem esse vínculo afetivo não teria como fazer (e a propósito foi a partir da arte que estabeleci estes laços hoje inclusive de amizade). Já vinha há mais de um ano querendo organizar essa residência em conversas com Fernanda Sattamini e Cadu, mas foi nesse ano conversando com Ricardo Sá, que é um parceiro no projeto, que eu decidi realizar esse primeiro evento.

10- Fale dos seus planos para o futuro.

O que me interessa é desenvolver programas de residência e exposições, cursos, seminários, em diferentes formatos. Uma das ideias é trazer um grupo de artistas de outro país, por exemplo, um dos convidados remotos (online) do Evento Zero, Kelvin Kyung Kun Park (@kkkpstudio), com outros artistas coreanos para uma estadia aqui, são artistas que trabalham com tecnologia de vídeo, robótica, o que seria bastante inusitado por si só, vamos tentar viabilizar em algum momento. outra ideia seria uma residência de escritores por exemplo. esse cruzamento entre artistas com atividades tão diversas podem ser muito interessantes para Manguinhos, que tem uma vocação, ao meu ver, para essa relação Local/Global tanto no Brasil quanto para fora do país.

 

O Espaço Residência MAR surge com o propósito de ser um núcleo voltado para residências artísticas, incentivando o diálogo entre linguagens e processos criativos.
evento “Conversas Sobre Arte” tem como objetivo fortalecer esse espaço como um centro de experimentação, promovendo debates sobre a produção artística contemporânea e suas transformações.A
Edição Zero do projeto está sendo realizada de forma colaborativa e conta com apenas 20 vagas por dia. As inscrições seguem abertas até o preenchimento das turmas. Para garantir a participação, basta entrar em contato pelo e-mail [email protected]

Data: 8 e 9 de fevereiro de 2025

⏰ Horário: A partir das 15h

📍 Local: Espaço Residência MAR – Rua Ocidente, 205, Praia de Manguinhos, ES

💰 Valor da participação:

R$ 100 (1 dia) | R$ 200 (2 dias).
Vagas limitadas: 20 participantes por dia

🔹 Inscrições abertas enquanto houver vagas

🔹 Pagamento via Pix: [email protected] (Paulo Fernando A Vivacqua)

Programação – MAR _ Edição Zero

📌 Sábado – 08 de fevereiro
15h | Paulo Vivacqua – Artista que transita entre música e artes plásticas, explorando a Arte Sonora em projetos como Sound Field e sentinelas.
16:00 Patrizia D’Angello – Artista visual com obras no Museu de Arte do Rio (MAR) e no MNBA. Discutirá as intersecções entre arte, cinema, teatro, dança e música.
17:00 h Aline Yasmin – Diretora da associação Espírito Mundo, abordará experiências sobre residências artísticas individuais e coletivas.

🎤 18h | Roda de conversa entre artistas e público

🎤 20h | Monjope – Arquiteto e artista multidisciplinar, falará sobre a relação entre som e luz na performance
21:00 Festa

📌 Domingo – 09 de fevereiro

🎤 15h | Juliana Morgado – Mestre em Comunicação e Semiótica, discutirá o processo criativo e a significação na arte.

🎤 16h | Elaine Pinheiro – Especialista em gestão cultural, falará sobre os bastidores da produção artística.

🎤 17h | Fernanda Sattamini – Artista visual carioca que pesquisa processos experimentais em fotografia, monotipias e cerâmica.
Domingo – 09 de fevereiro

18h | Roda de conversa entre artistas e público

🎤 19h | André Monteiro (online) – Diretor da Artes e Ofícios no Rio de Janeiro, abordará sua experiência na materialização de obras de arte nos últimos 25 anos.

🎤 20h | Kelvin Kyung Kun Park (online) – Artista de Seul com exposições no MoMA e Berlinale, discutirá o inconsciente e suas relações com a tecnologia.