Brincadeiras criam conexões entre crianças, adolescentes e idosos

Brincadeiras criam conexões entre crianças, adolescentes e idosos

O conhecido refrão “Brincadeira de criança, como é bom, como é bom”, da música cantada pelo grupo Molejo, traduz o sentimento e as expressões faciais de idosos, crianças e adolescentes que participaram, na manhã da terça-feira (9), das atividades integradas do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para pessoa idosa, de São Pedro, e para crianças e adolescentes de Nova Palestina. Uma demonstração de que brincar é importante e prazeroso tanto para crianças quanto para aqueles que já passaram dos 60 anos de idade.

“Quem não gosta? Quem não gosta é um chato”, afirmou dona Hilda Gonçalves, de 84 anos, moradora de São Pedro. Dona Hilda disse que brincar junto com crianças e adolescentes é ainda mais divertido: “Eles me fazem rir. “Ah, estar no meio deles me faz lembrar dos meus netos e bisnetos”, falou emocionada, abraçada ao menino Guilherme Perez Valdetário, de 10 anos.

Dona Hilda contou que estava encantada com a inteligência do menino. E Guilherme fez questão de mostrar suas habilidades: “Eu gosto muito de matemática. Quero ser professor. Quero fazer inglês também e viajar o mundo”. Ao falar dos sonhos, ele foi perguntado em quem se inspirava e, Guilherme não demorou a responder: “Eu sou meu próprio exemplo”, disse ele.

Para Marcus Vinícius de Souza, de 7 anos, vivenciar aquele momento do encontro intergeracional foi muito legal. “Toda criança precisa brincar e, acho que isso deve ser bom para eles (idosos) também. Eu sinto muita falta disso em casa”, comentou ele.

O menino revelou que, como mora no segundo andar alugado de um sobrado, não é permitido brincar dentro de casa. “Nenhuma brincadeira. Não pode nada que faça qualquer barulho ou conversas muito altas, nem risadas para não incomodar a moradora da parte debaixo do imóvel. Por isso, estou achando muito legal”, afirmou ele.

E se você acha que o desafio foi encontrar uma brincadeira que agradasse às crianças e, também, as pessoas idosas, a resposta vieram dos dois grupos. “A integração entre eles foi tanta que eles mesmos sugeriram as brincadeiras e as adaptações. Uma deles foi a “Adedonha”, sendo realizada com todos sentados, com uma bola e uma música. A cada interrupção do som quem estava segurando a bola tinha que falar o nome de um país, cidade ou estado”, comentou a facilitadora de oficinas Lucineia Gonçalves.

Se deu certo, a resposta vem do aposentado Gilson Nascimento, de 65 anos. “Muito bom. Inclusive, essa garotada é muito incentivadora. Saio daqui mais feliz. É uma grande satisfação. A gente aprende com eles. Essa convivência permite mudar a ideia deles em relação a gente, pessoas mais velhas e de nós em relação a eles. Saio mais leve, com a cabeça folgada e com essa energia contagiante deles”, afirmou Gilson.

Ana Clara de Paula, de 10 anos, e a dona Cecília Rosa da Conceição, de 65 anos, formaram uma dupla quase que inseparável na oficina de artes. Emocionada com o carinho entre as duas, Ana Clara disse que “foi bem legal e apropriado brincar com os idosos. É uma experiência nova para elas”. E, dona Cecília, respondeu que sim.

“Não tinha isso quando criança. Na minha época, criança não se misturava com adultos. Mas é muito bom a gente passar nossas experiências para elas. A gente entra no mundo deles, porque quando se vira adulto não volta mais”, falou Cecília em tom de nostalgia.

A gerente de Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Cristina Silva destaca como ponto alto dessa atividade são as potentes trocas de conhecimento passadas de forma leve e descontraída.

O que para a secretária de Assistência Social, Cintya Schulz, representa o cumprimento do papel da Assistência Social na garantia de direitos. “O ato de brincar é um direito para as crianças. Essas atividades conjuntas de crianças, adolescentes e idosos, com certeza, estão contribuindo para reduzir o sentimento de solidão dos idosos e para a formação cidadã das crianças e adolescentes. É um encontro em que todos saem ganhando e fortalecidos pois há a construção de respeito com a diversidade deste grupo que se forma por esta oficina de convivência”, disse a secretária.

Fonte : PMV