Começa nesta sexta (13) a 1ª Mostra “Orlando Bomfim” no Sesc Glória
Começa nesta sexta (13) a 1ª Mostra “Orlando Bomfim Netto” de Audiovisual. O evento inédito será realizado amanhã (13) e sábado (14), a partir das 19 horas, na sala Cariê Lindenberg do Sesc Glória, que fica no Centro Histórico de Vitória. Promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, a mostra realizará o lançamento e exibição das oito produções de audiovisual derivadas do Edital de Chamamento Público nº 007/2021 de Seleção de Propostas de Produções de Audiovisual – Lei Aldir Blanc. As categorias contempladas são: documentário, videoclipe e animação.
O encontro é aberto somente para convidados e contará com a presença de artistas e produtores de audiovisual, titulares dos projetos, servidores da Cultura de Vitória e autoridades municipais.
Logo após o lançamento, cada produção, que contará com audiodescrição e legendas, será disponibilizada na plataforma dos proponentes.
A classificação indicativa dos projetos é livre.
Rosário dos Homens Pretos
A primeira produção a ser exibida é o documentário “Rosário dos Homens Pretos”. Com direção de Ariny Bianchi o curta-metragem documental apresentará em 20 minutos a história da Irmandade Rosário dos Homens Pretos da Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no Centro de Vitória.
“O documentário busca recuperar a história desta igreja e da irmandade, também como destacar a dualidade entre o sagrado e o profano que formou o nosso país através da cultura afro e sua miscigenação”, afirma a diretora e roteirista Ariny Bianchi.
O trabalho conta com performance e parceria do artista e ativista Fabrício Hundou e pesquisa de João Paulo Lopes. A trilha sonora original é de Wanderson Lopez.
Após o lançamento o documentário fica aberto ao público por meio do canal do YouTube de Ariny https://www.youtube.com/c/ArinyBianchi
História de um avô
O segundo trabalho a ser exibido, “História de um avô” é retratado em Bom Jesus do Norte, no Espírito Santo, no ano de 1939.
Na animação de oito minutos, com direção de Wolmyr Alcantara e Francielli Noya, uma moedinha conta suas desventuras ao acompanhar um menino ao cinema pela primeira vez.
A animação poderá ser conferida no YouTube do coletivo Quadro a Quadro https://www.youtube.com/c/ColetivoQuadroaquadro
Sou negro
Dirigido por Cintia Braga, o clipe da cantora Monique Rocha retrata a história de um casal da realeza africana em plena favela brasileira, mostrando suas ruas, vielas e seus contrastes.
Interpretados por Monique Rocha e pelo compositor Jean Carlos, os personagens transitam no meio da mata, para transmitir a ideia de ancestralidade.
“Mostramos através do clipe que os negros não são descendentes de escravos e, sim, de reis e rainhas”, destaca Monique.
Para representar a valorização da cultura afro-brasileira, o vídeo apresenta personalidades negras capixabas de vários segmentos, na área da educação, da política, da juventude, dos movimentos sociais, da diversidade de gênero e das artes.
Entre os convidados estão nomes como a atriz Suely Bispo, Zilda Aquino, do Bar da Zilda, a professora e especialista em samba Iamara Nascimento, o acadêmico Gustavo Forde, o músico Fábio Carvalho, o ator Markus Konká, o rapper Sagaz Bicho Solto, a empresária Priscila Gama, entre outros.
“Temos atores, poetas, intelectuais, cantores, bailarinos, personalidades do carnaval, pessoas do congo e do rap”, descreve a cantora. “São pessoas que fazem parte da minha trajetória como artista e outras por quem tenho grande admiração”, completa.
A composição chama a atenção pela originalidade e pelo andamento cadenciado, que remete ao banzo do povo negro em função da violência histórica da escravização.
“Este samba é um misto de influências. Tem um quê de ancestralidade e também um pouco de modernidade. É um samba diferente, original”, finaliza Monique.
O videoclipe “Sou negro” fica disponível no canal do YouTube da cantora Monique https://www.youtube.com/user/moniquedarochaalves
Em “História de um avô” uma moedinha conta suas desventuras ao acompanhar um menino ao cinema.
Em “História de um avô” uma moedinha conta suas desventuras ao acompanhar um menino ao cinema.
Força, Coragem e Fé
O videoclipe “Força, Coragem e Fé”, da banda Herança Negra, encerra o primeiro dia da mostra “Orlando Bomfim Netto”.
A produção vem com o objetivo de divulgar a beleza e o orgulho do trabalho de pessoas que desenvolvem atividades culturais e comerciais no bairro Jesus de Nazareth em Vitória.
Inspirado no documentário de mesmo nome da banda Herança Negra, o curta com direção de Maurício Jacob conta a participação de personalidades do bairro, como o guia turístico Fernando Martins, o artista plástico Nico, os moradores Russinho, Clemildo, e Tina, além dos comerciantes da loja Art Tour, Bar do Bigode e Bar do Alemão.
“Força, Coragem e Fé” fica disponível após o seu lançamento no YouTube da banda Herança Negra https://www.youtube.com/c/Heran%C3%A7aNegraOficial
A 1ª Mostra “Orlando Bomfim Netto” de Audiovisual continua no sábado (14) com o lançamento de outras quatro produções. Confira a programação completa:
Sexta-feira – 13/05
– “Rosário dos homens pretos” (documentário) – Direção: Ariny Bianchi;
– “História de um avô” (animação) – Direção: Wolmyr Alcantara e Francielli Noya;
– “Sou negro” (videoclipe) – Artista: Monique Rocha / Direção: Cintia Braga;
– “Força, Coragem e Fé” (videoclipe) – Artista: Herança Negra / Direção: Maurício Jacob.
Sábado – 14/05
– “O Caminho das Mãos” (documentário) – Direção: Ricardo Sá e Jamilda Bento;
– “Saudades em Cor” (animação) – Direção: Arthur Felipe Fiel;
– “Chama Maré” (videoclipe) – Artista: Fepaschoal / Direção: Manel Fogo;
– “Marcha, Mastro e Fé” (videoclipe) – Artista: Arthur Navarro / Direção: Arthur Navarro.
Orlando Bomfim Netto
A mostra, realizada pela Semc, homenageia o roteirista, diretor, fotógrafo e cineasta Orlando Bomfim Netto, falecido no último mês de julho de 2021.
Natural de Minas Gerais, Bomfim fixou residência no Espírito Santo após ter morado no Rio de Janeiro. O roteirista foi o primeiro cineasta a registrar de forma sistemática aspectos da história e da cultura do Espírito Santo, em documentários que se tornaram um importante patrimônio para a cinematografia capixaba.
Conhecido pela produção de curtas e médias-metragens, foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-Metragens do Espírito Santo (ABD Capixaba) tendo também presidido o Departamento Estadual de Cultura (DEC) do Espírito Santo.
No meio cultural o nome de Orlando Bomfim Netto, é destaque pela extraordinária contribuição para a cultura onde se inclui a preservação e defesa não apenas do patrimônio cultural capixaba e do país bem como do patrimônio natural, tão bem retratados nos documentários “Tutti, Tutti, Buona Gente, propriamente buona”, sobre o centenário da imigração italiana em Santa Teresa; “Augusto Ruschi Guainaunbi”, sobre o patrono da ecologia do Brasil, “Itaúnas: desastre ecológico”, sobre o aterramento da antiga vila de Itaúnas, no norte do Estado, “Canto para a liberdade – a festa do Ticumbbi” entre outros.
Filho de Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior, o cineasta viveu para encontrar o paradeiro do pai, desaparecido na época da ditadura militar no Brasil. A triste memória se reflete em muitas de suas obras.
Em 1975 a família de Orlando Bomfim recebeu um telefonema anônimo, em que algum amigo de seu pai comunicava a prisão de Orlando e pedia que a família contratasse um advogado e comunicasse o fato à Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Preso nas proximidades da Vila Isabel o pai do cineasta nunca mais foi visto. O desaparecimento que persiste por quase 50 anos foi registrado no documentário “História Oculta” (de 2014).
Reprodução: PMV
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