Garças chamam atenção de moradores e são atrações em mangues e praias da capital
Os manguezais e praias da capital têm recebido a visita de uma ave ilustre: a garça. A espécie tem chamado a atenção dos moradores, que aproveitam para fotografar e fazer vídeos dos movimentos realizados por elas sobre a água, pois não são muito ariscas e por vezes se permitem pousar para uma foto.
Em Vitória, é possível encontrar cinco espécies de garças, de tamanhos e cores diferentes, e que em sua maioria são aves costeiras. São elas: Garça-branca-grande, Garça-branca-pequena, Garça-moura, Garça-azul e, a menos frequente, a Garça-vaqueira. A maioria concentra seu período de reprodução a época de maior abundância de alimentos provenientes do mar.
Ainda na capital, elas podem construir seus ninhos isolados, em pequenos ou em grandes grupos. Muitas se alimentam nas áreas de mangue, outras costumam construir seus ninhos próximo às áreas de forrageamento, e provavelmente por isso e pelo fato do mangue ser menos acessível a predadores arborícolas grandes, haja uma alta frequência de nidificação no manguezal por essas aves.
Os melhores momentos para observar as aves são o amanhecer e o anoitecer. Elas se alimentam no início da manhã, por volta das 6 horas, e no fim de tarde, entre 16h e 18h. São esses horários em que estão mais ativas.
“Observar as espécies de garças e seus movimentos de voo é um grande programa na cidade e rende bons momentos de descontração e de registros fotográficos. E elas podem ser vistas em várias partes, principalmente próximo aos manguezais”, destaca o secretário municipal de Ambiente, Tarcísio Föeger.
Ainda de acordo com o secretário, “várias ações em andamento atualmente na capital tem proporcionado a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, oferecendo condições ideais para a nidificação de várias espécies de aves”.
Atualmente, o trabalho de recuperação da área de restinga existente ao longo da orla da capital trouxe o aparecimento de várias aves na região, como beija-flores das espécies Colibri (Colibri serrirostris), o Estrelinha Ametista (Calliphlox amethystina), o Beija-Flor-Vermelho (Chrysolampis mosquitos) e o Beija-Flor-Tesoura (Eupetomena macroura), e pássaros, que antes estavam ausentes, mas são comuns dessa vegetação, como o Melro-preto (Turdus merula), Sabiá-da-praia (Mimus gilvus).
Conheça mais sobre as garças:
- Garça-branca-grande (Ardea alba)
Sendo uma ave cosmopolita, a época da reprodução depende da subespécie e de sua distribuição. Na época da reprodução, os indivíduos de ambos os sexos apresentam longas penas no dorso chamadas egretas. Estas egretas foram por muito tempo moda como adorno de chapéus e roupas na Europa e a demanda pelas penas levou centenas de milhares de garças à morte justamente em seu período reprodutivo. Felizmente é uma prática quase inexistente hoje em dia e a população desta garça é bem numerosa. Pode aninhar-se sozinha, mas na maioria das vezes o faz em colônias, que podem ter centenas a milhares de indivíduos, na companhia de outras espécies de ardeidae ou de outras famílias (íbis, colhereiros, corvos-marinhos etc.).
O ninho é uma plataforma solta feita de gravetos, caules de plantas aquáticas, com um metro de diâmetro em média e 20 cm de espessura. Os adultos adicionam material na periferia do ninho, até que os jovens voem. O mesmo ninho pode ser reutilizado no ano seguinte se tiver sobrevivido ao mau tempo. A fêmea põe 4-5 ovos lisos, azul esverdeados ou azuis claros. A incubação dura 23 ou 24 dias, e é feita pelo casal. Os pintinhos são seminidífugos e aventuram-se, assim que completam 15 dias, nos galhos ao redor do ninho. Ambos os pais os alimentam por regurgitação diretamente na garganta. Começam a realizar voos curtos com 35 a 40 dias de idade.
- Garça-branca-pequena (Egretta thula)
Durante a estação de reprodução, exibição de corte principal é a exibição de alongamento, durante a qual o macho balança o corpo para cima e para baixo enquanto segura o bico apontado para o céu e chama “a-wah-wah-wah”. O macho pode realizar uma exibição de alongamento aéreo, pousando no local de decolagem. Outras exibições aéreas, incluindo circle flight, tumbling flight e jumping-over, contribuem para a formação de pares e também podem ser realizados pelas fêmeas após o emparelhamento. Tumbling flight é a exibição mais espetacular e consiste em o macho, e talvez sua companheira, voando para cima e caindo em direção à terra, caindo continuamente até que o indivíduo se recupere pouco antes de pousar.
Na época da reprodução associa-se em colônias formando ninhais com outras espécies. O casal constrói uma plataforma de galhos secos sobre uma árvore, geralmente próxima à água e raramente aninha no solo. O macho traz os materiais (galhos) para a fêmea, que constrói o ninho. A fêmea põe, com 2 ou 3 dias de intervalo, de 3 a 7 ovos esverdeados ou verde-azulados que medem cerca de 43 por 32 milímetros cada um. Estes ovos são incubados pelo casal durante 25 a 26 dias e, quando nascem os filhotes, que são nidícolas, os pais fornecem-lhes alimento regurgitado. A época de reprodução varia de acordo com a região, sendo que na América do Sul vai de novembro a janeiro.
- Garça-azul (Egretta caerulea)
Vive sozinha ou em grupos espaçados de 2 ou 3. Seus ninhos são plataformas construídas de gravetos, geralmente em manguezais, localizados de 1 a 3 m acima da linha d’água. Põe de 2 a 5 ovos azuis.
- Garça-vaqueira (Bubulcus ibis)
Nidifica em colônias mais ou menos numerosas (de dezenas a milhares de indivíduos), por vezes ao lado de outras espécies de garças, biguatinga e savacus, em árvores ou arbustos e bambuzais, próximo de lagos e rios ou em ilhas fluviais e lacustres. A construção do ninho é feita por ambos os progenitores, embora com tarefas distintas. A fêmea encarrega-se da construção propriamente dita, enquanto o macho recolhe o material para a construção. O ninho consiste em uma plataforma de galhos secos. A fêmea deposita 4 ou 5 ovos, que são alternadamente incubados por ambos, num período de 22 a 26 dias. As crias abandonam o ninho ao fim de 30 dias. Pode viver até 15 anos.
- Reprodução de Garça-moura (Ardea cocoi)
Longo período de nidificação (janeiro a outubro), desde o meio da estação de cheia até a baixa das águas. Ocupa os grandes ninhais coletivos. As colônias podem ter até 400 a 600 casais e ser compartilhada com outras espécies. Seus ninhos geralmente estão na parte superior e externa das árvores mais altas, com 25 a 30 metros de altura. No entanto, às vezes priorizam arbustos, áreas de junco e até cactos.
O ninho é feito de juncos e galhos secos, ligados por lâminas de grama, tem a forma circular e leva em torno de 7 dias para ser construído. A fêmea põe 2 a 5 ovos azul-celeste (mais pálidos). Geralmente nascem 3 ou 4 filhotes por ninhada, a qual é chocada e cuidada pelo casal, com um período de incubação de 25 a 29 dias. O pintinho é felpudo e branco acinzentado.
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