Moradores conhecem Área de Proteção Ambiental Ninho da Garças

Moradores conhecem Área de Proteção Ambiental Ninho da Garças
Reunião Pública Área de Proteção Ambiental - APA Ninho das Garças

A importância da preservação do meio ambiente e o que a instituição da Área de Proteção Ambiental Ninho das Garças poderá trazer para os moradores da região, como fomento do turismo, pesquisas científicas, obras, geração de emprego e renda, foram apresentadas para os moradores, entidades públicas, organizações e representantes de diversos setores, na noite desta segunda-feira (24).

O encontro, que ocorreu no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Yolanda Lucas da Silva, em Inhanguetá, bairro que ficará localizada a nova APA composta por áreas públicas, faz parte das normativas e tem como finalidade ouvir dos moradores da região sugestões, bem como sanar dúvidas de possíveis implicações para população residente no interior e no entorno da unidade proposta.

Apresentação

O secretário Municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger, apresentou aos presentes a nova Área de Proteção Ambiental (APA). Ele explicou que a APA é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

Dessa forma, de acordo com o secretário, a nova APA tem em seu interior ecossistema de manguezal associado ao bioma da Mata Atlântica, serve de abrigo e reprodução da fauna. Além disso, também é local que favorece a reposição dos estoques pesqueiros e é de grande relevância para o desenvolvimento de atividades econômicas e criativas. “A proteção aos manguezais é fundamental devido aos fatores ambientais, econômicos, sociais e culturais”, afirmou o secretário de Meio Ambiente.

Föeger ainda ressalta “que além do fator de preservação do meio ambiente, a instituição de uma área de proteção ambiental pode atrair fatores positivos como o fomento ao turismo, pesquisas científicas, obras, financiamentos, guias, entre outros”.

Moradores

O morador Carlos Abravantel, de Santo Antônio, ressaltou que essa inciativa da Prefeitura, de cuidar da região, é muito bem-vinda e trará benefícios para os bairros do entorno da APA. “Assim como está sendo feito em Santo Antônio, com resultados positivos para as crianças, inclusive, vocês também serão beneficiados. Cuidar do manguezal é fundamental”, apontou, lembrando que o pai dele era pescador da região e gostava muito de circular pelo mangue.

O representante de Goiabeiras, Walace Barbosa, que também trabalha com turismo, ponderou que cuidar da área do manguezal irá trazer resultados positivos para todos os moradores. Lembrou que Goiabeiras também é banhada pelo manguezal da capital. “Essa ação é fundamental porque trará conscientização, cuidados com o mangue e geração de renda também para todos os moradores”, enfatizou.

A liderança comunitária de Estrelinha, Robertina Dionízio Nogueia, a Beta, destacou a necessidade de fazer educação ambiental com os moradores para que eles tenham consciência da importância da área preservada. “O munícipe precisa saber que ele pode ajudar”, afirmou.

Sugestões

Cerca de 80 pessoas estiveram presentes à reunião. Até esta quinta-feira (27), no portal InterageVix, será possível enviar perguntas, sugestões e esclarecimentos sobre a nova APA.

APA´s

A capital possui atualmente as APA´s Baía das Tartarugas e a do Maciço Central. Com a Ninho das Garças, a cidade vai ganhar sua terceira Área de Proteção Ambiental. A nova unidade de conservação e uso sustentável será composta por áreas públicas, com extensão de 12,91 hectares (129.100 m2), na região do bairro Inhanguetá, na Grande São Pedro.

A Ninho das Garças tem como objetivos proteger a diversidade biológica, a flora e a fauna existentes; disciplinar o processo de ocupação tendo como principal objetivo a manutenção do meio ambiente; e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, compatibilizando o desenvolvimento socioeconômico com a proteção dos ecossistemas naturais ali existentes.

Estão entre os objetivos ainda possibilitar e fomentar a pesquisa científica e o desenvolvimento de atividades de sensibilização e educação ambiental; preservar e assegurar condições de abrigo, reprodução e de alimentação da biodiversidade marinha, migratória ou residente, no município de Vitória; conservar o solo e os recursos hídricos, com a implementação de estratégias de gerenciamento em nível de Manguezal; e recuperar as áreas degradadas com vista à regeneração dos ecossistemas naturais.

Espécies

Na capital, é possível encontrar cinco espécies de garças, de tamanhos e cores diferentes, e que em sua maioria são aves costeiras. São elas: Garça-branca-grande, Garça-branca-pequena, Garça-moura, Garça-azul e, a menos frequente, a Garça-vaqueira. A maioria concentra seu período de reprodução a época de maior abundância de alimentos provenientes do mar.

Ainda na cidade, elas podem construir seus ninhos isolados, em pequenos ou em grandes grupos. Muitas se alimentam nas áreas de mangue, outras costumam construir seus ninhos próximo às áreas de forrageamento, e provavelmente por isso e pelo fato do mangue ser menos acessível a predadores arborícolas grandes, haja uma alta frequência de nidificação no manguezal por essas aves.

“Observar as espécies de garças e seus movimentos de voo é um grande programa na cidade e rende bons momentos de descontração e de registros fotográficos. E elas podem ser vistas em várias partes, principalmente próximo aos manguezais. Com a nova APA queremos garantir a reprodução e a preservação dessas espécies”, enfatiza o secretário Tarcísio Föeger.

Ainda de acordo com o secretário, “várias ações em andamento atualmente na capital tem proporcionado a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, oferecendo condições ideais para a nidificação de várias espécies de aves”.

Atualmente, o trabalho de recuperação da área de restinga existente ao longo da orla da capital trouxe o aparecimento de várias aves na região, como beija-flores das espécies Colibri (Colibri serrirostris), o Estrelinha Ametista (Calliphlox amethystina), o Beija-Flor-Vermelho (Chrysolampis mosquitos) e o Beija-Flor-Tesoura (Eupetomena macroura), e pássaros, que antes estavam ausentes, mas são comuns dessa vegetação, como o Melro-preto (Turdus merula), Sabiá-da-praia (Mimus gilvus).