Prefeitura de Vitória anuncia resgate histórico para o Centro de Vitória
O resgate de um marco histórico do Espírito Santo. Uma das mais expressivas edificações da década de 1920, de relevância histórico-cultural inigualável não só para Vitória, mas para todo o estado, o Mercado da Capixaba é um suporte da memória capixaba e será agora totalmente reformado. Na tarde desta terça-feira (05), foi lançado o edital para as obras, com a presença do prefeito, Lorenzo Pazolini, e da vice-prefeita, Capitã Estéfane.
Estavam presentes, ainda, representes de associações de moradores e comerciantes e vereadores. Além do restauro das fachadas externa e interna e do telhado, o Mercado da Capixaba, inaugurado em 1926, ganhará elevador, ar-condicionado e iluminação pública. A região do entorno será reurbanizada. A Rua Araribóia, será urbanizada, destinada a pedestres e receberá serviços de drenagem, pavimentação e paisagismo. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 10,5 milhões.
O prefeito Lorenzo Pazolini destacou que a reforma do Mercado da Capixaba só foi possível graças ao choque de gestão iniciado em janeiro de 2021, que permitiu que mais de R$ 200 milhões fossem investidos em 2022. “Eu disse, em janeiro de 2021, que teríamos um início difícil, porque teríamos que romper com comportamentos que não eram ideais. Agora, nós estamos gerando transformação de vida das pessoas. Um exemplo é a obra da Emef Paulo Freire, que estava paralisada há 16 anos. Nós a retomamos e, agora, ela já está na fase de acabamento. Demos, ainda, a Ordem de Serviço para as obras da Emef São Vicente de Paulo, uma obra histórica”. O prefeito lembrou, também, que tão logo a gestão assumiu, foram reabertos o Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane), a Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi), a Casa Porto, entre outras ações.
O secretário de Governo e de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), Marcelo de Oliveira, lembrou que o projeto de reforma do Mercado da Capixaba tem as mesmas características do projeto original. “O Mercado terá 14 espaços no primeiro piso, mais duas áreas no segundo, conforme o projeto original. É um resgate da história não só de Vitória, mas do Espírito Santo. O Mercado da Capixaba foi, por muitos anos, a referência de comércio no nosso estado”, disse.
A reforma do Mercado da Capixaba está inserida no contexto do programa de requalificação do Centro de Vitória, lançado pela gestão do prefeito Lorenzo Pazolini. Entre as ações já realizadas estão a conclusão das obras do Mucane e a do Edifício Santa Cecília, já concluídas, a apresentação do estudo para implantação do Polo Gastronômico do Centro, a conclusão do projeto de restauração do viaduto Caramuru e a assinatura da Ordem de Serviço para a construção da nova sede da Emef São Vicente de Paulo. As ações fazem parte do Plano Vitória, um grande pacote de R$ 1 bilhão de investimentos em várias áreas, até 2024.
Leonardo Silveira
Lançamento do Edital para Restauração do Mercado da Capixaba
Lançamento do Edital para obras do Mercado da Capixaba. (ampliar)
O Mercado possui uma posição privilegiada, ocupando a totalidade de uma quadra entre as avenidas Jerônimo Monteiro e Princesa Isabel. A Jerônimo Monteiro abriga outros importantes equipamentos históricos, culturais e de lazer ao logo de sua extensão, entre eles o Parque da Gruta da Onça, a Casa Porto das Artes Plásticas, a Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi), o Museu de Arte do Espírito Santo (Maes), o Sesc Glória e o Palácio Anchieta.
Histórico
O Mercado da Capixaba foi concebido como parte do programa de construção e remodelação da cidade de Vitória, empreendido pelo governo de Florentino Avidos (1924- 1928), sendo implantado na antiga Avenida Capixaba, atual Avenida Jerônimo Monteiro.
Na década de 1920, a Avenida era o principal eixo de passagem que conectava a Ilha de Vitória à região sul da Capital e, consequentemente, aos municípios vizinhos, Cariacica e Vila Velha. Por essa razão, a via passou a abrigar, ao longo dos anos, importantes equipamentos institucionais e culturais, adotando desde o início um forte perfil comercial.
O Mercado foi originalmente construído para funcionar como mercado municipal de abastecimento, abrigando um entreposto de secos e molhados, carnes e frutas verduras e legumes frescos. Durante o período compreendido entre 1920 e 1940, abrigou no pavimento superior o Hotel Avenida, voltado para a então Avenida Capixaba, à época o ‘novíssimo bulevar da cidade’ (de que se originou a Avenida Jerônimo Monteiro), configurando-se desde então como uma referência na vida econômica e social da cidade de Vitória.
Numa segunda fase, que correspondente às décadas de 1950 e 1960, o pavimento do antigo hotel foi ocupado pelo auditório da Rádio Club do Espírito Santo. Na década de 1960, com a construção do Mercado da Vila Rubim, o mercado deixou de desempenhar sua função original, começando a mudar de uso. Em 2002, o edifício sofreu um incêndio e, desde então, vem se deteriorando e hoje está fechado.
Reprodução: PMV
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