Sessão especial na Ales debate apoio psicossocial para pessoas com transtornos mentais e suas famílias

O apoio psicológico e social a pessoas com transtornos mentais e seus familiares foi tema de uma sessão especial na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). O encontro, proposto pelo deputado Coronel Weliton (PRD), aconteceu na noite de quarta-feira (2), no Plenário Dirceu Cardoso, reunindo profissionais de saúde, representantes da sociedade civil, familiares de pacientes e membros da Defensoria Pública.
Coronel Weliton é autor do Projeto de Lei 251/2025, que propõe a criação do Programa Estadual de Apoio Psicossocial, voltado a garantir um tratamento mais humanizado a quem enfrenta transtornos mentais. Ao abrir a sessão, o parlamentar destacou que o debate reforça a importância de ampliar direitos e suporte para essas pessoas. “É uma temática fundamental para a sociedade capixaba: assegurar atendimento adequado às pessoas com transtornos mentais e suporte às suas famílias”, afirmou.
Atenção multidisciplinar
A advogada e psicanalista Larissa Pimentel ressaltou a necessidade de aprimorar as políticas públicas e fortalecer o apoio multidisciplinar. “Precisamos olhar também para quem cuida. Há políticas, mas é necessário aprimorá-las e garantir suporte tanto para o núcleo familiar quanto para os profissionais de saúde mental”, pontuou.
Defensoria destaca vulnerabilidade
Representando a Defensoria Pública, a coordenadora do Direito à Saúde, Maria Gabriela Agapito, lembrou que as famílias de pacientes de saúde mental atendidas pela instituição são, em grande parte, extremamente vulneráveis. “Muitos direitos fundamentais ainda são desconsiderados. É urgente aprimorar e, em alguns casos, criar políticas públicas efetivas”, afirmou.
O defensor público Hugo Fernandes Matias também reforçou o papel da sociedade para garantir uma política de saúde mental mais justa. “A Constituição estabelece como objetivo a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Isso só é possível quando todos — poder público, sociedade civil, famílias e profissionais — atuam juntos para garantir o direito à saúde mental”, enfatizou.
Dados que preocupam
A médica psiquiatra Amanda Marques Cobe destacou que o Brasil está entre os países com maior índice de ansiedade diagnosticada, afetando cerca de 30% da população. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão deve se tornar a doença mais comum no mundo até 2030.
Representantes de movimentos de mães também trouxeram relatos sobre a realidade enfrentada pelas famílias. Maria das Graças Loreiro, do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, e Lúcia Mara dos Santos Martins, do Coletivo Mães de Eficientes Somos Nós, alertaram para a falta de políticas públicas que garantam acompanhamento contínuo aos pacientes adultos, que, muitas vezes, acabam em situação de rua após completarem 18 anos.
Participação ampla
Além dos citados, participaram da mesa de trabalho o advogado Ben-Hur Farina (Sebrae-ES), a diretora do Caps Álcool e Drogas da Ilha de Santa Maria, Elaine Freitas; a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faesa, Caroline de Paula Bezerra; o psicanalista e diretor da Escola Freudiana de Vitória, Alberto Mario Poltronieri; e o psicanalista clínico Valério Nascimento Daudt.
O projeto de lei segue em análise na Assembleia Legislativa.

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