STF reforça que não cabe anistia ou indulto para Bolsonaro e aliados condenados

Durante o julgamento da chamada Trama Golpista, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmaram que não cabe anistia ou indulto para os crimes pelos quais foram condenados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
Mesmo assim, parlamentares da oposição seguem defendendo a aprovação de uma lei que conceda perdão coletivo. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. O tema deverá dominar os debates no Congresso na próxima semana.
O que disseram os ministros
O ministro Flávio Dino lembrou que o plenário do STF já havia decidido que crimes contra a democracia não podem ser alcançados por perdões.
“Esses crimes já foram declarados pelo plenário do Supremo Tribunal Federal como insuscetíveis de indulto e anistia”, disse Dino.
O relator, Alexandre de Moraes, também ressaltou que ataques à ordem constitucional não podem ser tratados como delitos comuns, pois a Constituição precisa se proteger de agressões contra ela mesma.
O que diz a Constituição
Embora a Constituição não traga regra expressa proibindo a anistia para crimes contra a democracia, ela determina que a ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito é imprescritível.
Na prática, especialistas entendem que, se esses crimes não prescrevem, também não podem ser anistiados, já que isso equivaleria a perdoá-los.
Indulto x anistia
-
Indulto: perdão individual, concedido pelo presidente da República.
-
Anistia: perdão coletivo, aprovado por lei no Congresso.
O STF já havia tratado do tema ao analisar o indulto concedido ao ex-deputado Daniel Silveira, ocasião em que Moraes defendeu que nem indulto nem anistia podem ser aplicados a crimes contra a democracia.
Impasse no Congresso
Apesar da posição do Supremo, parte da oposição defende uma anistia ampla que inclua Bolsonaro. Eles alegam que as penas foram excessivas e que o Congresso tem competência para legislar sobre o tema.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), resiste em pautar o projeto. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defende uma anistia restrita apenas a condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, mas sem incluir Bolsonaro.
Mesmo que uma lei de anistia fosse aprovada, ela poderia ser declarada inconstitucional pelo STF, que já fixou precedente contrário.
Condenação
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros sete réus, entre generais e ex-ministros, também receberam penas que variam de 2 a 26 anos.

Moderação e Revisão de Conteúdo Geral. Distribuição do conteúdo para grupos segmentados no WhatsApp.
O Consórcio de Notícias do Brasil (CNB) é uma iniciativa pioneira que integra jornalismo digital e tecnologia da informação para oferecer conteúdo de qualidade em diversas plataformas, destacando-se como uma fonte confiável de notícias em todo o país.